Segundo matéria do Jornal da USP, o blefaroespasmo é uma condição ocular que atinge uma a duas pessoas a cada 100 mil. Isso faz dela uma doença rara.
No entanto, apesar de não ser tão comum, esse tremor nas pálpebras deve ser de conhecimento de toda população, para que seja possível diagnosticar e tratar da melhor forma os seus sintomas.
Por isso, preparamos este conteúdo para explicar tudo sobre essa condição. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto!
O que é blefaroespasmo?
O blefaroespasmo consiste em espasmos bilaterais dos músculos perioculares, de forma repetitiva. Por causa disso, ocorre a contração involuntária das pálpebras, o que resulta no fechamento dos olhos mesmo sem a intenção do indivíduo.
Esse tremor nas pálpebras é considerado como um transtorno neurológico não genético e é mais frequente entre as mulheres. Além disso, ele pode se estender para outras regiões do rosto, como nariz e lábios.
Convém destacar que essa condição ocular pode provocar diversos incômodos na visão, desde o ressecamento dos olhos até períodos de cegueira funcional – pelo fato de o indivíduo não conseguir manter os olhos abertos.
Quais são as causas do blefaroespasmo?
As causas do blefaroespasmo não são totalmente conhecidas. O que se sabe é que ele não é genético, como já mencionamos, e que acontece quando há uma desorganização dos circuitos que controlam os movimentos no organismo do indivíduo.
No entanto, existem alguns fatores que podem contribuir para o desencadeamento e/ou para a piora desse tremor nas pálpebras, como:
- Estresse;
- Cansaço;
- Ansiedade e nervosismo;
- Consumo excessivo de alimentos e bebidas ricos em cafeína;
- Uso de medicamentos do grupo dos antipsicóticos;
- Baixo consumo de alimentos ricos em sais minerais e vitamina B.
Além disso, em casos raros, o blefaroespasmo pode ser uma consequência de outros distúrbios oculares, como ceratoconjuntivite seca, e de doenças neurológicas espásticas, como a doença de Parkinson.
Sintomas de blefaroespasmo
Obviamente, o principal sintoma do blefaroespasmo é o piscar e o fechamento involuntários dos olhos. No entanto, essa condição acaba desenvolvendo outros sinais que podem incomodar bastante o indivíduo, como:
- Lacrimejamento
- Córnea seca
- Fotofobia (sensibilidade extrema à luz)
- Tontura
- Dores de cabeça
- Visão turva
- Dificuldade para ler, assistir à televisão, dirigir, entre outras atividades que dependem da visão.
Quando não tratada, a doença pode provocar uma cegueira funcional, uma vez que o portador não consegue abrir os olhos ou mantê-los abertos quando deseja.
CID de blefaroespasmo e como tratar?
O CID de blefaroespasmo é representado pelo código G 24.5, que está dentro do grupo de distonias focais e espasmos hemifaciais. Portanto, caso você seja portador dessa doença, o seu médico poderá conceder um atestado médico com esse CID em momentos de crise ou quando você estiver fazendo o tratamento, por exemplo.
Nesse sentido, saiba que o primeiro passo é realizar o diagnóstico da doença, algo que não é tão simples, uma vez que o tremor nas pálpebras pode ser confundido com outras condições oculares.
No entanto, assim que você começar a perceber o movimento involuntário e constante das suas pálpebras, deve procurar um oftalmologista. Além da análise clínica, o especialista poderá realizar outros exames complementares, como a eletromiografia dos músculos palpebrais.
Assim, diagnosticado o blefaroespasmo, saiba que esse não tem cura. No entanto, não é necessário se desesperar, uma vez que existem tratamentos altamente eficazes para minimizar os sintomas da doença.
Dessa forma, o principal tratamento para a condição é a injeção de toxina botulínica tipo A, com a finalidade de relaxar os músculos palpebrais. Sua reaplicação costuma ser necessária a cada 3 meses, por toda a vida.
Porém, caso a aplicação da toxina não surta o efeito necessário – situação rara e incomum, então pode ser necessário realizar uma cirurgia para ressecar parcialmente os músculos palpebrais.
Ademais, outros tratamentos complementares podem ser indicados pelo seu médico, como o uso de relaxantes musculares e ansiolíticos e o uso de óculos de sol de forma frequente para reduzir a sensibilidade à luz.
O mais importante é não deixar de procurar um especialista na área assim que os primeiros sintomas surgirem para que, assim, você retome a sua qualidade de vida!
–
Conte-nos o que você achou deste conteúdo nos comentários abaixo e aproveite para continuar navegando em nosso blog para encontrar outras informações e dicas de como manter a sua saúde ocular em dia!
Referências bibliográficas
- Blefaroespasmo. Manual MSD. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-palpebrais-e-lacrimais/blefaroespasmo>. Acesso em: 30 ago. 2023
- LEMOS, Simone. Blefaroespasmo, transtorno neurológico raro que atinge mais mulheres. Jornal da USP. Disponível em:< https://jornal.usp.br/atualidades/blefaroespasmo-transtorno-neurologico-raro-que-atinge-mais-as-mulheres/>. Acesso em: 30 ago. 2023